quarta-feira, 8 de agosto de 2007

AS LUTAS DE JULHO


O mês de Julho caracterizou-se pelo franco enfrentamento entre os Servidores Públicos Estaduais e o Governo Eduardo Campos. Em apenas sete meses de administração Eduardo conseguiu dispersar sua principal base de apoio político popular: os Servidores Públicos que, confrangidos pela manutenção, por parte de Eduardo, da “despolítica” de pessoal iniciada ainda na tirânica gestão de Jarbas Vasconcelos, venceram o represamento político arquitetado pelas suas Direções Sindicais e, em todos os casos, impuseram a primeira derrota administrativa à Eduardo e sua equipe.

As greves e mobilizações dos Servidores Públicos, entre outros aspectos, apresentaram uma nítida tendência de independência política entre as Categorias e o Governo, mas, também, uma bem definida tendência de independência entre as Categorias e suas respectivas Direções Sindicais. E estas demonstrações foram de suma importância para, no primeiro caso, apresentar ao conjunto do governo pernambucano (isto quer dizer, aos ocupantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário) que não há, em Pernambuco, pelo menos ao que se refira aos Servidores Públicos, uma massa uniforme para manobra governamental: não há, como sugeria alguns importantes membros da equipe de Eduardo, uma dicotomia entre “estar com Eduardo, ou com o PFL (DEM, ou como quer que se autodenomine a direita oligárquica pernambucana). Os Servidores Públicos, conforme demonstraram, estão “do seu próprio lado”, ou seja, do lado histórico (dialético) do TRABALHO – força social transformadora, produtora da História e motor da evolução social da humanidade. No que se refere ao segundo caso, os Servidores Públicos estaduais demonstraram aos seus respectivos dirigentes sindicais (e a população em geral) que não são “massa-de-manobra” nem das direções sindicais, nem dos políticos que se autodenominam seus representantes e, mesmo na contra-mão dos interesses específicos desses, as “bases”, de maneira geral, impuseram os seus próprios e legítimos interesses às direções atônitas e aos políticos apalermados.

O que se pôde deduzir como resultado da luta política dos Servidores Públicos foi, inequivocamente, a derrota do modelo de gestão pública testado pelo Governo Eduardo, em apenas sete meses. Isto porque, com a vitoriosa campanha dos Servidores Públicos a “idéia” governamental da “mesa única de negociação” escorreu pelo ralo, na medida em que o Governo foi obrigado, não apenas a negociar separadamente com as Categorias que mais se demonstraram dispostas ao embate político (greve, no caso dos Professores e Demissões, no caso dos médicos), mas, também de praticar índices de reajuste salarial diferenciado de acordo com o poder de mobilização de cada categoria e o impacto social de cada movimento em particular.

Três aspectos particulares do conjunto de fatos ocorridos durante as mobilizações dos Servidores Públicos, no entanto, são de imprescindível destaque para a nossa presente avaliação: a) a indiferença dos Professores à Decisão Judicial que decretou a ilegalidade do seu movimento paredista; b) o inusitado movimento demissionário do Médicos e; c) o comportamento parcial da Imprensa pernambucana.

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