segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Mais um fim de semana: mais três fugas em Itamaracá!

José Miguel de Melo, Prontuário 9008647; Maurício Gonçalves Pereira, Prontuário 9008755; José Pereira da Silva, Prontuário 9008894. Estes são os mais recentes foragidos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) de Itamaracá, o Presídio/Hospital de onde, nos últimos três finais de semana, consecutivamente, fugiram 15 reclusos, sempre da mesma maneira: serraram as grades do Pavilhão, alcançaram o pátio da unidade e pularam o muro que, apesar de toda a divulgação da imprensa, CONTINUA SEM QUALQUER GUARDA DE VIGILÂNCIA EM SEUS POSTOS.

Seguindo os ritos dos seus antecessores, José Miguel, Maurício Gonçalves e José Pereira, na madrugada de sexta-feira passada, também pularam o combalido muro do HCTP e escaparam sem maiores problemas daquela unidade de tratamento/prisional.

Não se pode mais chamar de DESCASO o que vem ocorrendo no HCTP. Descaso se deu no segundo episódio, quando, após três reclusos terem fugido pulando o muro sem vigilantes, nenhuma providência foi tomada e, por conseqüência disso, fugiram mais NOVE. Agora, depois de todo o acompanhamento feito pela imprensa, nenhuma providência vir a ser tomada e se permitir a escapada de mais três reclusos, exatamente da mesma maneira e pelos mesmos motivos que os outros DOZE anteriores... ISTO JÁ É UM ABUSO!

É um abuso do Governo, em todas as suas esferas representativas, para com a segurança da população pernambucana.

É um abuso do Ministério Público Estadual, que assiste inerte ao disparate administrativo de uma Secretaria de Ressocialização que, simplesmente, permite a uma UNIDADE DE SEGURANÇA PRISIONAL funcionar SEM A DEVIDA GUARDA DA MURALHA. E, por isso, facilita a fuga de 15 reclusos ao longo de três finais de semana. E é preciso frisar que o Ministério Público de Pernambuco têm DOIS gabinetes responsáveis pela fiscalização do Sistema Penitenciário, mas, ao que parece, NENHUM preocupado com as repetidas fugas no HCTP.

É um abuso, também, da própria Administração Prisional. Não digo da Secretaria de Ressocialização, pois, se esta tivesse realmente que adotar alguma providência, a primeira seria o imediato afastamento do Supervisor de Segurança (que, obviamente, não vem supervisionando nada do que ocorre no HCTP) Coronel Izaque Wanderley VIANA. Mas, como este é primo do Secretário de Ressocialização, Humberto Vianna, é compreensível que sua incapacidade profissional seja minimizada – eu mesmo, caso fosse secretário e o Governador permitisse que empregasse meu primo num cargo comissionado, não demitiria ele por causa de 15 presos que fugiram ao longo de três finais de semana, sempre da mesma forma e se aproveitando da mesma deficiência que ele deveria ter SUPERVISIONADO, PREVISTO E, por fim, SOLUCIONADO.

O abuso ao qual me refiro é da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH) e do seu Secretário, Roldão Joaquim. Afinal, a SERES é uma Secretaria Executiva subordinada a SDSDH e esta, na qualidade de secretaria “geral”, deveria intervir ao serem registrados disparates como estes que vêm ocorrendo no HCTP. No entanto o Secretário Roldão Joaquim, ao melhor estilo “Pôncio Pilatus”, LAVA AS MÃOS e assiste calado a fuga de 15 reclusos, um muro que se esfarela ao ser tocado com as mãos, a presa com as chaves do Setor de Segurança da Colônia Penal Feminina, a perseguição ao denunciante, o nepotismo do seu subordinado, entre outros tantos problemas que, quando levados ao seu conhecimento, não parece surtir, naquela autoridade, nenhuma re-AÇÃO que o faça intervir buscando solucioná-los.

Mas, o pior abuso de todos é o abuso palaciano. Enquanto o despautério administrativo se abate (e cria raízes) no penitenciarismo pernambucano, o Governador Eduardo parece ter assumido a postura de um “biscuit”. Está sempre lustroso, fazendo pose... porém, imóvel como uma peça decorativa. Nem parece o Eduardo que pregava, quando em campanha, que seria o comandante imediato das políticas de segurança pública de Pernambuco.

Enquanto o muro não cai e os presos continuam fugindo, Eduardo assiste a tudo sem tomar qualquer providência, com a dignidade de um “pingüim de geladeira”.

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