segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O "Jeito Eduardo" de fazer segurança III - A FUGA EM MASSA!

Semana passada alertamos à população pernambucana, através deste veículo de comunicação eletrônica, das irregularidades administrativas e de segurança em curso no Sistema Penitenciário.

No final de semana de 14 a 16 deste mês (semana retrasada) fugiram três presos do Hospital de Custódia e Tratamento Penitenciário (HCTP) em Itamaracá, Região Metropolitana do Recife, enquanto que na Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR) a presa Luiza Alzira detinha a guarda das Chaves do Setor de Segurança da unidade, onde se encontravam todas as munições daquela prisão.

Na Quarta-feira eu, juntamente com alguns Diretores do SINDASP, estive pessoalmente em visita sindical às referidas unidades prisionais.

No HCTP pude constatar, entre outras irregularidades, que não há escada de acesso às guaritas da “muralha” de vigilância, que por absoluta falta de condições os Guardas Especiais Temporários (GET’s) não assumem seus postos de trabalho, além de se retirarem da unidade hospitalar/prisional por volta das 17 horas, que pela falta de efetivo e condições de trabalho os reclusos/pacientes daquela unidade permanecem todo o expediente noturno entregues “à sua própria sorte”...

O mais frustrante, no entanto, foi perceber que as denúncias sobre as irregularidades no HCTP foram feitas na segunda-feira e, até àquela QUARTA-FEIRA nenhum “responsável” da Secretaria Executiva de Ressocialização esteve no local para apurá-las e, conseqüentemente, tomar as providências cabíveis.

Nem o Coronel Ary Falcão, aquele que deixou a Direção do COTEL após diversas e repetidas rebeliões e que agora é o “coordenador dos GET’s, nem o Coronel Humberto Vianna, Secretário de Ressocialização, nem o Coronel Izaque Viana, primo do Secretário e Supervisor de Segurança, nem o Major Ulisses Vianna, sobrinho do secretário (e, consequentemente do supervisor de segurança) e Supervisor de Suprimento do Sistema Penitenciário (a pessoa que poderia iniciar o processo de aquisição dos equipamentos e materiais necessários para a retomada da normalidade dos serviços naquela unidade) estiveram lá para averiguar a situação. Nem até quarta-feira, nem mesmo até a data de hoje...

(No caso das três autoridades consangüíneas citadas acima, uma doença na família pode ser o motivo da ausência. Eis um dos inconvenientes de se empregar a família inteira numa repartição pública só: no caso de doença grave de um parente, todos os demais ficam sem trabalhar para poder atender o enfermo, por exemplo).

Na quarta-feira, ainda pela manhã, estive, à convite, na Audiência da Comissão de Defesa da Cidadania na Assembléia Legislativa e lá enfatizei a gravidade do problema de termos uma unidade prisional sem nenhuma vigilância nos muros no período noturno: enfatizei, ainda, que a SERES, durante o governo passado, abriu investigação sobre a possibilidade o HCTP estar se transformando, graças às suas fragilidades, em “rota de fuga” dos presos pernambucanos; os quais solicitavam laudos psiquiátricos apenas para serem transferidos para lá, de onde fugiriam com mais facilidade.

Enfatizei, ainda, que se medidas emergenciais não fossem tomadas, o pior poderia ser esperado... e o pior aconteceu!

Na madrugada do sábado passado (22.09) presos do HCTP voltaram a fugir da unidade, pulando o muro, como já havia ocorrido na semana anterior. Só que dessa vez não foram três, mas, NOVE PRESOS DE UMA VEZ, todos do Pavilhão São Francisco (o mesmo de onde fugiram os três da semana anterior).

Seus nomes e prontuários:

Clebson Gabriel da Silva. Prontuário 2012839
Helmiton Diogo da Silva. Prontuário 2011894
EEEduardo Severino Ramos da Silva. Prontuário 9008817
Eurípedes Adelgízio Leite da Silva. Prontuário 18001465
Evânio Cláudio da Silva. Prontuário 1008112
Felipe da Silva Ferreira. Prontuário 2013332
Joás dos Santos Oliveira. Prontuário 2011023
José Francisco da Silva. Prontuário 9008898
Rogério Severino Pereira. Prontuário 9008840

Caso você, leitor ou leitora, encontre algum (ou todos) esses por aí – por exemplo, quando estiver fazendo sua caminhada, ou indo ao supermercado – não tente prende-lo(s) sozinho(a). Chame a Polícia IMEDIATAMENTE... mesmo que os responsáveis demorem mais de uma semana para chegar ao local... Afinal, lentidão nas ações, ao que parece, faz parte do “Jeito Eduardo” de fazer segurança.

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