domingo, 16 de setembro de 2007

O "Jeito Eduardo" de fazer segurança


Sexta-feira, 14.09.2007, aproximadamente 01h20min da madrugada, Pavilhão São Francisco, Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), Itamaracá, Região Metropolitana do Recife. Iramar da Silva, de prontuário nº 6004082, recolhido naquela unidade prisional de tratamento desde 26.05.2007 por ser acusado de ter infringido o Artigo 12 do código penal (Tráfico de Drogas) associa-se a Cícero Samuel Felix Dias, de prontuário nº 2013970, recolhido ao HCTP em 24.07 do corrente ano e a Willames Ramos dos Santos, prontuário 9008833, no HCTP desde 05.09.2006 e, aproveitando-se da fragilidade da segurança naquela unidade, serram a grade que dá acesso ao pátio do HCTP. Correm para o muro e como não há nenhuma guarita ativada, fogem por entre a mata que cerca o hospital/presídio, ganhando, posteriormente, as ruas da adormecida Ilha de Itamaracá.

Apenas os outros reclusos testemunharam a odisséia dos três fugitivos, pois, é a eles que a unidade prisional está entregue na madrugada.

O murro do HCTP ameaça cair faz tempo e, por isso, não oferece condição de segurança para que os “GET’s” (Guardas Especiais Temporários) ocupem as guaritas responsáveis pela guarda da muralha da prisão/hospital. Sem a menor condição de trabalho, os GET’s aderiram “forçadamente” a “operação padrão” dos Agentes Penitenciários: chegam ao HCTP pela manhã e se dirigem não aos postos, mas, ao pátio da unidade. Entre piadas e dominó, lá permanecem até as 17h00min. Quando vai anoitecendo, os GET’s, sem mais o que fazer no HCTP, se retiram em direção aos seus domicílios, na esperança de que no próximo serviço eles possam ocupar seus postos de trabalho...

Sem ninguém para vigiá-los, os presos/pacientes fogem... quem há de culpa-los por isso? Perigo é se na hora de pular o muro ele desabar por cima dos fugitivos... mas, até agora, tem valido à pena correr o risco...

Sábado, 15.09, 07h30mim, Colônia Penal Feminina do Recife (Bom Pastor). O Agente Penitenciário chega para o “serviço”. Encontra a sala do setor de segurança fechada a cadeado. Procura pela chave e é informado que ela se encontra em poder de uma reclusa, que ainda está dormindo. Ele, confuso com o inusitado, pede para chamá-la. Ela, não comparece. Ele então, na companhia de outro colega que acabara de chegar, vai à cela procurar pela chave.

Luiza Alzira, presa na Colônia Penal Feminina do Recife acusada de tráfico de drogas finalmente acorda. Busca embaixo de travesseiro a chave do setor de segurança da unidade e entrega aos Agentes Penitenciários, não sem antes fazer uma importante recomendação: “o senhor não deixe ninguém entrar lá não, pois ta cheio de munição”.

Os presos do HCTP fogem temendo apenas que o muro, incapaz de agüentar sobre si os seguranças que deviam coibir as fugas, despenque sobre suas cabeças. A presa da CPFR guarda embaixo do travesseiro as chaves de acesso às munições da cadeia... Mais um fim de semana sob o “Jeito Eduardo” de administrar a segurança pública pernambucana.

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